Autor: António Dias de Deus, João Paulo Cotrim y Leonardo de Sá
Entidad: Bedeteca CML Cultura
Ciudad: Lisboa
País: Portugal
Tamaño: 21×28
Páginas: 104
Año: 1998
Depósito legal:
ISBN:
IDIOMA: Portugués
Fernando Bento. «Ilustrador, figurinista, maquetista, caricaturista, pintor e autor de banda desenhada, de seu nome completo Fernando Trindade Carvalho Bento, nasceu a 26 de outubro de 1910, em Lisboa.
Teve uma infância marcada pelos bastidores do teatro (o pai trabalhava no Coliseu dos Recreios) e desde cedo revelou dotes para o desenho, colaborando com o jornal do Liceu Camões, O Desportivo, com apenas 12 anos. A sua formação autodidata teve como único complemento o curso de desenho por correspondência, da École ABC de Dessin, de Paris, que tirou tinha então 19 anos. No início dos anos 30, realizou caricaturas de ciclistas e de atores, tendo feito ilustração desportiva no jornal Os Sports e para a crítica teatral em Coliseu e Diário de Lisboa, a par da realização de cartazes, cenários e figurinos para o teatro de revista. Como figurinista do teatro de revista, recebeu o aplauso da crítica, tendo também feito incursões na publicidade e na Pintura. Apesar do seu gosto e talento pelo desenho e ilustração, assegurou trabalho como empregado comercial numa companhia petrolífera (BP). Estreou-se nas histórias aos quadradinhos (BD) em 1938, no suplemento infantil do jornal República, tendo passado em 1941 para o Pim-Pam-Pum!, suplemento de O Século e Notícias Agrícola, do Diário de Notícias, entre outros títulos. O seu nome esteve intimamente ligado ao Diabrete (publicado entre 1941-1951), onde para além de múltiplas histórias foi responsável pela maquetagem e todo o arranjo gráfico e, posteriormente, ao Cavaleiro Andante (1952-1962), ambas revistas da Empresa Nacional de Publicidade (ENP) que marcaram os anos de intensa competição entre os periódicos infantis e juvenis. Grande parte do seu trabalho desta época foi feito tendo por base argumentos de Adolfo Simões Müller e Maria Amélia Bárcia, que adaptaram histórias de autores de renome. No Diabrete, Fernando Bento tanto produziu histórias aos quadradinhos cómicas, de que se destacaram «Béquinhas, Beiçudo & Barbaças», «Coisas Que o Demo Não Fez», «Kókabychinhos Detetive», «Diabruras da Prima Zuca» ou, ainda, «Zé Quitolas com o seu Burro Faísca», de entre as dezenas de histórias recheadas de bom humor que concebeu, como histórias de aventuras e biografias realistas, desde «A Ilha Misteriosa», de Júlio Verne, passando por «Luís de Camões». Na sua participação no Cavaleiro Andante apareceram as adaptações de obras de Artur Conan Doyle (as aventuras de Sherlock Holmes), de Walter Scott, de Robert-Louis Stevenson, de PC Wren e de Mark Twain. Uma das melhores histórias de Fernando Bento foi, sem dúvida, «Beau Geste», uma adaptação do clássico de Percival Cristopher Wren, que teve a sua primeira publicação no Cavaleiro Andante em 1952 e que chegou a ser editado em flamengo, na Bélgica. Outras histórias famosas foram também «O Anel da Rainha de Sabá», adaptação do romance de Rider Haggard, que apareceu no Cavaleiro Andante em 1953, «Com a Pena e com a Espada – Camões, Afonso de Albuquerque» (Diabrete, 1950-1951) e «As Mil e uma Noites» (Diabrete, 1948), ambos com argumento de Adolfo Simões Müller. História particularmente aclamada foi também A Ilha do Tesoiro, adaptação da obra de Robert-Louis Stevenson, publicada em 1947 e que, mais de 40 anos depois, foi continuada com grande entusiasmo pelo grande mestre Fernando Bento. O Regresso à Ilha do Tesouro contou com argumento de Jorge Magalhães, adaptado de um romance de H. A. Calahan, um pouco conhecido autor que retomou as personagens de Robert-Louis Stevenson. Esta história teve direito a um primeiro volume (editado em 1993), tendo a segunda parte ficado concluída mas incompleta na coloração de grande parte das páginas, devido à suspensão da sua edição. Numa publicação póstuma, a revista Seleções BD (II série) apresentou esta segunda parte entre os números 13 e 19, também sob argumento de Jorge Magalhães, ficando a terceira e derradeira parte deste O Regresso à Ilha do Tesouro, por realizar.
La editorial
Fernando Bento- Uma ilha de tesouros é uma obra essencial para o conhecimento deste autor e da banda desenhda que se fez em Portugal nos anos quarenta e cinquenta do século passado. O subtítulo vem do facto de Fernando bento ter feito uma adaptação para banda desenhada do livro A ilha do tesouro. Entre dezembro de 1997 e janeiro de 1998 esteve patente na Bedeteca de Lisboa uma exposição sobre este autor. Este livro de 104 páginas, com textos de António Dias de Deus, João Paulo Cotrim e Leonardo de Sá, é o catálogo dessa exposição. Uma edição de excelente qualidade onde além de textos descritivos da vida e obra de Fernando Bento se podem encontrar muitas reproduções dos seus desenhos.
La editorial