Autor: Ana Vasconcelos
Entidad: Fundação Calouste Gulbenkian
Ciudad: Lisboa
País: Portugal
Tamaño: 22×30,5
Páginas: 168
Año: 1997
Depósito legal:
ISBN:
IDIOMA: Portugués
Exposição dedicada à história da banda desenhada portuguesa na primeira metade do século XX. Apresentando obras de 76 autores, reforçou a importância da chamada «nona arte» para as linguagens da arte moderna, analisando o lugar da cena portuguesa no contexto europeu do cartoonismo e da ilustração.
A 10 de abril de 1997, a Fundação Calouste Gulbenkian (FCG) inaugurou na sua Galeria de Exposições Temporárias da Sede (piso 01) uma mostra dedicada à banda desenhada portuguesa – período 1914-1945. Patente até 15 de junho desse ano, a exposição dava corpo a um trabalho de investigação levado a cabo por João Paiva Boléo e Carlos Bandeiras Pinheiro, dois colecionadores, entusiastas e estudiosos da BD que assumiram o comissariado deste projeto expositivo. Eles próprios foram dois dos mais substanciais emprestadores entre as muitas entidades que, em nome individual e institucional, cederam as peças que integraram a iniciativa. A organização do evento coube ao Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão da FCG, que se aliou ao esforço destes dois autores para revalorizar, uma vez mais, o papel fundamental que a ilustração, o cartoon, o desenho humorístico e o design editorial tiveram para as linguagens da arte moderna da primeira metade do século XX. A banda desenhada foi nascendo paralelamente a essas outras expressões que versavam na imprensa e nos periódicos, fazendo ecoar, a partir das artes gráficas em geral, o cosmopolitismo que o século XX ia preconizando.
Ao longo dos trinta anos cobertos pela mostra e apesar de nem sempre ter estado entre os países de cultura mais cosmopolita, Portugal revelou-se sempre um contexto fértil para este território artístico. Foram muitas as publicações que exararam, por vezes em primeira mão, as novas estratégias da BD e o imenso manancial comunicativo que ela foi desenvolvendo.
«A Banda Desenhada Portuguesa, 1914-1945» deu nota desse revelante campo de novidade que foi cultivado em Portugal, e que merece ser compreendido como pertinente à escala europeia. Reuniu obras de 76 autores que protagonizaram o nascimento e a consolidação da BD portuguesa, dos mais referidos e conhecidos, aos mais omissos e surpreendentes.
A FCG editou um catálogo por ocasião da mostra, que, com vários textos dos comissários e profusamente ilustrado, introduz de modo muito compreensivo os cinco núcleos que organizavam a exposição. A publicação termina com um útil glossário biográfico dos artistas representados (A Banda Desenhada Portuguesa, 1914-1945, 1997).
Um extenso artigo sobre a exposição, escrito por Vítor Quelhas, seria publicado na Revista do semanário Expresso, edição de 19 de abril de 1997.
Daniel Peres